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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Revival

Preguiça de estudar. Nunca imaginei que ia dizer esta frase um dia. Sempre fui uma aluna aplicada, estudiosa e que gostava de estudar. Gostava? Até o tempo verbal me soa estranho. Ultimamente só tenho vontade de fazer coisas para meu prazer: ler , estudar e vivenciar a Palavra de Deus, ouvir música, passear, viajar, cozinhar, cuidar das minhas coisas e dos meus amados. Mas, porém, contudo, todavia, tenho que estudar, voltar a pós graduação, caso contrário vou dançar em alguns reais. E por falar em prazer, esta é uma sensação que gosto muito. Hoje tive dois daqueles grandes prazeres : suei bastante na academia- É que coisa incrível! Senti prazer em malhar,  eu que sou uma preguicinha ambulante quando se trata de malhação- e o outro foi ouvir umas músicas da minha época adolescente. Ai, que saudade daqueles dias onde minhas maiores preocupações eram os estudos e meus livros. Não me preocupava com dinheiro, pois nunca tinha mesmo. Na maioria das vezes nem para o lanche. Comia pão com ovo no recreio, e não é comédia não. É verdade. Um tempo em que bordeline era apenas a música da Madonna, e eu me comportava like a virgin, porque eu era mesmo  e não porque sou romântica demais e tenho sonhos que por vezes parecem  tão adolescentes. Tempo em que tudo era like a prayer e eu pedia Papa don't preach  quando aprontava. Uma idade onde cantar loosing my religion era bom por causa da musicalidade, da letra boa para estudar inglês e R.E.M  era só uma banda,  nada relacionado a sono..
Estou saudosista sim. Estava escutando umas músicas das décadas de 70, 80 e 90, vindo da academia. Som alto, adrenalina lá em cima, me sentindo a própria Jennifer Beals em Flashdance. Só  falta o corpão porque o meu sorriso é mais bonito que o dela. Modéstia a parte. Naquela época, eu tinha tantos sonhos, que mais parecia uma boba. Parecia? Atenção, esta é uma piada interna! Eu sou uma boba. Por muitas vezes quero ser uma bad girl como a Ciccone, mas não consigo.  Estou mais para Karen Carpenter. Não na voz e nem na magreza, mas no jeito de amar demais, e ser toda melodiquinha que nem ela. No resto não pareço não. 
Deixando o estilo melódico dos irmãos Carpenters, fico pensando em como gosto da batida forte das músicas de Michael e lembro com saudade de quando eu queria aprender o Moon Walk, tadinha de mim,rs... Sou descordenada para passos de dança, mas eu danço mesmo assim. Aliás, não só para passos de danças: sou meio destrambelhada para muitas coisas. Vivo me machucando, rasgando as coisas que não devo, destroçando o rádio do meu carro; ainda bem que foi barato. Sou desajeitada com colheres e teflon, mas sou boa demais na cozinha. Ah, não só na cozinha, sou boa em muitas coisas. Sou, sou sim.
Bem, ou well como dizem os gringos, gosto muito de música. Antigas, contemporâneas, clássicas, MPB, e tantos outros estilos. Se fosse dizer de todas, ficaria aqui por um número-não-sei-qual de posts. Ouvir música é um prazer. e hoje eu queria muito estar no show da Marisa Monte, aqui em São Luís, but...Não deu. Paciência, fica para a próxima. E para terminar este emaranhado de idéias, este Express Myself,  um pouco da mega estrela de Bay City.

sábado, 19 de janeiro de 2013

E eu chorei...

Têm dias que "ando tão a flor da pele, que qualquer beijo de novela me faz chorar", e sou chorona mesmo. Ando preocupada com pessoas que amo, e choro por qualquer coisa mais forte, ou até mais fraca. Uma boba chorona. Choro por uma cena mais tocante em um filme, por ver um menino sujo na rua, quando leio a Bíblia, quando oro, quando amo, quando ouço música. Não qualquer música. Tem algumas que...
Ultimamente tenho ouvido muito Chico Buarque, e me impressiono cada vez mais com a sensibilidade de suas letras, com a riqueza de suas melodias, com o sarcasmo velado e com a inteligência latente com que escreve. Estava ouvindo " O meu guri"  outro dia, quando dei por mim, meus olhos estavam marejados e comecei a chorar. Música forte cheia de pureza, e da crença de uma mãe que acredita em  um futuro bom para seu rebento. Mãe que em nenhum momento renega o filho e crê que ele realmente é capaz de vencer.  A promessa de "chegar lá", feita ainda criança  não está associada ao crime, não há mácula, somente crença pueril. Retrata fielmente a vida de vários meninos e meninas deste meu Brasil varonil, que não tem oportunidade, que vivem cercados pelo preconceito e entram no mundo do crime de maneira quase natural e por fim tem suas vidas finalizadas cedo demais. É uma música de 1981, mas parece que foi criada hoje, de tão atual. Quase nada mudou. Talvez a inocência das mães, só isso, porque a realidade é assim como retrata Chico.
E por falar nele de novo, estou apaixonada. Sorrio de mim mesma. Ando apaixonada há meses, mas estou falando do Chico agora. Tem cada coisa linda escrita por este homem, que como diz minha filha : "não há como não amar".  Letras fortes, letras suaves. Letras eróticas, políticas, sensuais, amorosas, fraternais, letras que me encantam cada vez mais.  Chico Buarque de Holanda, sou sua fã! Beijo.

Pedacinhos das que mais gosto: ( coisa difícil de escolher)

"Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia.."


"Me debrucei
Sobre teu corpo e duvidei

E me arrastei e te arranhei

E me agarrei nos teus cabelos

No teu peito (Nos teus pelos)..."



"Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock, para as matinês
..."




Haja post...

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

De Bilac

Ouvir Estrelas

Ora ( direis ) ouvir estrelas!
Certo, perdeste o senso!
E eu vos direi, no entanto
Que, para ouví-las,
muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto

E conversamos toda a noite,
enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido tem o que dizem,
quando estão contigo? "

E eu vos direi:
"Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e e de entender estrelas
(Olavo Bilac)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Apenas te vi

Olhei teus olhos, não vi príncipe, nem vi estrela
Toquei em tua pele, não virei ouro nem prata

Ouvi tua voz, não levitei, não flutuei
Falei pra ti, não virei rainha, nem escrava
Dancei contigo, não te obriguei e nem fugi, dancei, dancei
Te vi, apenas te vi

Apenas vi e gostei de ver
Para olhar nos olhos e sentir o corpo
Ouvir a voz e falar na vez. Na minha vez
Dançar suave, rápido, animado, 
na frente do espelho, juntinho, tão amigos
Razão da minha sorte, do sorriso lindo 
Apenas te vi, te vi.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Viagem

Um amanhecer a beira-mar. Acordo cedo, não tem jeito não.


Olhando o mar do interior.  O gado tomando sol, pode?


 Um lugarzinho aconchegante, cheio de plantas, o cheiro do mar entrando pelas narinas.
 Ah, que coisa boa.


 Muitas flores enfeitando o meu dia


 Uma rosa de presente. Azul como o céu lá fora. Lá fora, muita gente curiosa.


 Tour pelo interior. A trabalho, é verdade, mas deu tempo de ver muita coisa bonita.


 Barquinho. Será que me espera ? Quem me dera sair por aí.  Navegando nas águas calmas do Santa Rosa.


"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
(Clarice Lispector)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

De Clarice

Quando Chorar

Há um tipo de choro bom e há um tipo de choro ruim. O ruim é aquele que as lágrimas correm sem parar e, no entanto, não dão alívio. Só esgotam e exaurem. Uma amiga perguntou-me, então, se não seria esse choro como de uma criança  com a angústia da fome. Era. Quando se está perto desse tipo de choro, é melhor procurar conter-se: não vai adiantar. É melhor tentar-se de forte, e enfrentar. É difícil, mais ainda menos do que ir-se tornando exangue a ponto de empalidecer.
Mas nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respeitar a nossa fraqueza. Então são lágrimas suaves, de uma tristeza legitima a qual temos direito. Elas correm devagar e quando passam pelos lábios  sente-se aquele gosto salgado, límpido, produto da nossa dor mais profunda.
Homem chorar comove. Ele, o lutador, reconheceu sua luta às vezes inútil. Respeito muito o homem que chora. Eu já vi homem chorar. (Lispector, 25.11.1967)

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Um pouco de poesia

E as estrelas, de tão apagadas, desejam o brilho dos teus olhos que as ofuscam como dois belos luzeiros castanhos a incendiar a tristeza que outrora existia e que agora se ilumina cada vez que abres esse sorriso para falar-me doces palavras de amor e carinho.


(By Himself)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Mais certezas

Neste lugar, sob um céu que quer sorrir, 
mas o passeio das nuvens distrai
E lá se vai o meu eu poetisa, e lá me vem o tal vazio,
Sem ele o meu querido,  mais uma vez um quem-me-dera
Mas a presença dele em mim, me certifica de que vivo
E a sua falta justifica o correr das horas.

E a julgar pelo desejo do teu néctar fluir ardente
O mundo se faz pequeno
Mas, a esperança é grande e forte
A certeza é plena e minha
Não tenho medo
Espero pelas horas alegres e quentes.
Sou dele, e isso é fato inconteste.


sábado, 10 de novembro de 2012

De Maiakovski



Your body 
I want to caress and love
As a soldier wounded by war
useless, alone 
caresses his unique leg. 



Dedução
Não acabarão nunca com o amor,

nem as rusgas,

nem a distância.

Está provado,

pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.



O coração tem domicílio no peito.
Comigo a anatomia ficou louca.
Sou todo coração








...Nenhum som me importa 
afora o som do teu nome que eu adoro.

E não me lançarei no abismo,

e não beberei veneno, 

e não poderei apertar na têmpora o gatilho.

Afora 

o teu olhar
nenhuma lâmina me atrai com seu brilho



Surpresa

Estava eu a pesquisar as estatísticas do meu querido blog, quando acessei aquele item  denominado " por palavra chave", qual foi minha surpresa quando li:  " Último amor- Cláudia de Campos". Fiquei mais curiosa ainda. Direto para o Google, faço a mesma pesquisa, além do meu blog e de um monte de outros resultados com homônimos do meu nome , vejam  só o que encontrei: Cláudia de Campos (1859-1916), uma xará lá das terras de além mar. Escritora à frente do seu tempo, inovadora, cheia de charme e  "Cláudia de Campos era uma mulher feliz, alegre e linda", afirma Maria Amália Vaz de Carvalho no seu diário. Que nem eu! Só que não sou escritora que nem ela. Rabisco aqui e ali, umas poucas coisas que me vem à cabeça. Ensaio aqui neste meu diário virtual, na minha agenda de papel, no meu celular, em guardanapos, em cadernos, orelhas de livros e onde me der na telha.
Gostei!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Constatação

Pensei que havia crescido
Aí que me vi criança
dependente, carente, frágil,
Nem tanto alegre, sei,
Nem tanto ingênua,acho,
Mas você e seu sorriso
Fazem de mim uma princesa,
Porque você é príncipe,
Que por ser longa a noite,
Não cansa de nos chamar,
Quem sabe a beira mar,
Quem sabe a lua toda nossa,
E em nós que indagamos essa paz,
Talvez resposta do que sonhei
No sonho do coração que é infinito
De alguém que ama e vive em dor
De alguém que vive ardente de amor, 
Ora saudade, razão da lembrança de quem existe
Ora saudade, desespero da ansiedade impotente,
Como se o sonho não fosse espera incerta,
Como se eu ignorasse a energia do teu calor,
Como se nós feríssemos o cheiro que nos atrai,
Metade em desejo, metade em querer mais,
Porque não é à toa que és meu homem
Mas é simples porque te espero,
É que de fato, sou ainda criança,
Esse ser que vive e respira sentimento
E graças a Deus você existe.


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

De Drummond

Atirei um limão n'água
e fiquei vendo na margem.
Os peixinhos responderam:
Quem tem amor tem coragem.  ( Lira do amor romântico)


Hoje é o aniversário de Carlos Drummond de Andrade,  poeta, cronista e tradutor de Minas Gerais, do  Brasil. Gosto da poesia dele , que fala de um cotidiano amoroso e bem real. Considerado  um dos maiores poetas brasileiros, mostra em  suas obras uma face madura e atenta às fragilidades e angústias humanas.

Neste ano, é o homenageado pelo Projeto Memória da Fundação Banco do BrasilO Projeto Memória é uma tecnologia social de educação que pretende difundir a obra de personalidades que contribuíram significativamente para a transformação social, a formação da identidade cultural brasileira e o desenvolvimento do país.  O objetivo da tecnologia social em educação é alcançar professores, alunos da rede pública de ensino, historiadores e formadores de opinião.  
Uma coisa boa para mim: estou acompanhando o Projeto Memória aqui no meu estado. e estou cada vez encantada com meu poeta do cotidiano. E vou ficar mais feliz ainda em saber que um monte de crianças vai começar a conhecê-lo. Parabéns Drummond , a FBB  e  a Petrobras pela linda iniciativa.

Um pouco dele:

O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar.
 O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar
O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.
( O mundo é grande). 


 Fazer 70 anos é fazer catálogo de esquecimentos  e ruínas.
Viajar entre o já-foi e o não-será.
É, sobretudo, fazer 70 anos,
alegria pojada de tristeza.  ( Fazer 70 anos)


Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,

você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre. ( Receita de ano novo)



Vamos conjugar
o verbo fundamental essencial
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.
(Além da Terra, além do Céu)



E num sofrer de gozos entre palavras,
menos que isto, sons, arquejos, ais
um só espamo em nós atinge o clímax:
é quando o amor morre de amor, divino.

(Amor- Pois que é palavra essencial)




O chão  é cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para cama.
Sobre tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a úmida trama. 
E para repousar do amor, vamos à cama.
( O  chão é cama )



Fontes: site FBB, e obras de Drummond ( Amar se aprende amando e O amor natural).Imagens do Google.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Sobre a meia noite.

Do que eu não esqueço...


Nós dois , ali naquele quarto, sozinhos e tão plenos de nós mesmos. O burburinho lá fora, o agito característico da noite de réveillon  nada se fazia importante, porque os teus olhos estavam fixos em mim. Porque as tuas mãos  se entrelaçavam nas minhas; tudo tão conhecido, tão emocionante que o mundo lá fora parecia nem existir. Somente tua respiração me chegava limpa, tudo o mais era barulho. Tudo o mais era ruído. Somente o som da tua voz penetrava meus sentidos. Era ali que eu queria estar. Era nos teus braços que eu queria me aninhar para sempre. Meu amor prometido e pedido tantas vezes em minhas orações, agora estava ali, na minha frente, entre meus braços, sussurrando promessas, ouvindo meu coração, sentindo minha alma se apegando à dele, indo cativa como imã.

Ele o meu amado de mil sonhos e esperanças, agora se faz presente, agora se faz meu e desta madrugada toda nossa. Desta vida que espero viver a cada vez,  com mais e mais amor.



(originalmente  em janeiro/2012)  

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Viver é o melhor remédio

:
Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?



Num coração sereno
Toda manhã é de sol
(Uby Oliveira)


Quem faz um poema abre uma janela
Respira, tu que estás numa cela abafada
Esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm  ritmo
Para que possas enfim, profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um  afogado.
(Mario Quintana)




O Tédio discreto de uma vida sem sentido
Não passo nem perto
Para não ser abduzido
(Tereza Zambrini)

Nem sempre o navio
de nossa vida 
chega ao porto pretendido
Mas nem desvio da rota
Nem naufrágio
Nada disso é derrota.
Terrível é passar anos a fio
Sem coragem de navegar
Ancorado na mesmice
A ver navios.
( Ulisses Tavares)


Louvarei ao SENHOR durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto eu for vivo.  (Salmos 146:2)



Imagem: Google

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

De lua

"Imagina hoje à noite a gente se perder...Imagina hoje à noite a lua se apagar"
 (Chico Buarque)

Hoje caminhando pelo meu bairro, por volta das dezoito horas, olhei para o alto e vi a lua linda no céu. Crescente, brilhante e solitária. Queria poder tocá-la, ir lá. Ficar sentada um pouquinho, olhando a vida aqui embaixo. Pensei em poesias que falem dela, ela que é toda poesia. A lua inspira. São tantas poesias que foi difícil escolher, mas olha aí que lindas:  

Lua AdversaTenho fases, como a lua, Fases de andar escondida, fases de vir para a rua... Perdição da minha vida! Perdição da vida minha! Tenho fases de ser tua, tenho outras de ser sozinha. Fases que vão e que vêm, 
no secreto calendário 

que um astrólogo arbitrário 

inventou para meu uso. 
E roda a melancolia 
seu interminável fuso! 
Não me encontro com ninguém 
(tenho fases, como a lua...). 
No dia de alguém ser meu 
não é dia de eu ser sua... 
E, quando chega esse dia, 
o outro desapareceu... 
(Cecília Meireles, in 'Vaga Música)




Canção de Ninar Meu Bem
Hoje a lua despiu seu véu E flutua a dormir no céu 
Na canção que de mim nasceu 
Meu amado adormeceu 
Meu amado adormeceu 

Dorme, meu amor 
Como no céu a lua 
Tu serás sempre meu 
E eu só tua 

Dorme, amigo, que a poesia 
É um mistério que não tem fim 

Dorme em calma 
Que assim, um dia 
Dormirás para sempre em mim 
Dormirás para sempre em mim 

( Vinicius de Moraes)




"Seja humilde, pois, até o sol com toda sua grandeza se põe e deixa a lua brilhar."
(Bob  Marley)



Images: Google

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Por falar em amor, vou dizer agora.

Gosto de falar, de escrever e  de ler sobre o amor, mas, principalmente gosto de viver o amor. Uma das minhas frases preferidas é Omnia Vincit Amor; Et Nos Cedamus Amori de Virgílio, " O amor tudo vence; rendamo-nos". Rendamo-nos ao amor em suas diversas dimensões, como por exemplo a amizade: " A amizade é quase amor" ( Rui Barbosa). E na sua maior e mais completa expressão: "O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando." (João 15:12-14). Tenho me fortalecido nesse amor imenso a cada dia que acordo, e Ele me cura e apascenta esse coração que envelhece por muitas vezes angustiado, por muitas vezes dolorido. Contudo, tenho o maior amor ao meu dispor e me acalmo. O meu Deus é amor! O meu Deus é alegria!

Continuando a falar de amor, um dos meus escritores preferidos é Shakespeare, que contou e cantou o amor em versos, prosas, histórias, peças, sonetos e o imortalizou  com personagens  como Romeu e Julieta, ou como Petrúquio e Catarina da Megera Domada. Dele gosto dos sonetos, cheios de romantismo, de um amor grande e por vezes alucinado:

"Quem é que diz o mais e que mais pode dizer o maior louvor que és tu somente?" (Sonetos Compeltos, Shakespeare, por Vasco Graça Moura)

"How like a winter hath my absence been, from thee, the pleasure of the fleeting year!" ( Sonetos Completos, Shakespeare, por Vasco Graça Moura)

Gosto também das peças, que contam lindas histórias cheias de paixão, de sofreguidão e de amor, é claro:

"Mal se encontraram, logo se olharam; mal se olharam, logo se amaram; mal se amaram, logo suspiraram; mal suspiraram, perguntaram o motivo de o haverem feito; mal souberam a razão, logo procuraram o remédio" ( Como Gostais, Ato V)

A música é outra forma de falar de amor, que aprecio muito. Através das décadas, poetas musicais expressam o sentimento. Ora cantando, ora criando, ora dançando. A música dá sonoridade ao que queremos dizer sobre o amor. São tantos os exemplos que fica difícil escolher qual postar, mas vamos lá. Escolhi Monte Castelo, da Legião Urbana, que mistura versos de Camões com versos da Carta de São Paulo aos Coríntios, uma carta poética que fala do amor genuíno. O amor que eu gosto de sentir. Podia ter escolhido tantas outras, mas esta, me remete a minha adolescência ao mesmo tempo que cabe direitinho com o momento que estou vivendo. Um momento de uma mistura de amor enorme. Amor pelos meus filhos, pelo meu querido, pela minha família, pelo meu trabalho , pela minha vida e principalmente amor pelo meu encontro com Ele, meu Deus, que me faz amar mais a cada vez. 





Gosto da eloquência dita  pelos poetas, pelos músicos. Gosto da minha eloquência. Amo e não nego. Gosto de dizer do amor, de olhar de amor, de cuidar de amor, de fazer amor. Prefiro dizer agora do que sinto, não gosto de postergar coisas boas. Gosto de vivê-las. Gosto de senti-las e sempre que possível espalhar pelos quatro cantos do meu mundo e do mundo das pessoas que me cercam.  Sou toda amor!