sexta-feira, 31 de maio de 2013

Sábado



“Assim terminou a  criação do céu, e da terra, e de tudo o que há neles. Então abençoou o sétimo dia e o separou como um dia sagrado, pois nesse dia ele acabou de fazer todas as coisas e descansou.”
(Gênesis 2:1, 3 )



Sábado é perola que envolve de brilho, uma semana por vezes enfadonha e turvada pelas mazelas do dia-a-dia, ou pela mesmice. É dia resplandecente, luminoso, cheio de burburinho, brilha mesmo que não tenha sol. 

Pessoas nas ruas indo e vindo, com luzes enfeitando sorrisos e tristezas. Há um quê de correria prazerosa de quem vai às compras, de quem espera alguém, de músicas dissolvidas entre barulhos de carros, conversa de feira, murmúrio de mar. Dia que transborda de expectativas silenciosas, ditas em olhares, falada em sabores, em roupas coloridas que imitam nuances das peles mistas deste planeta imenso, pelo sorriso faceiro da menina que flerta sorrateira, pelas travessuras das crianças livres das imposições semanais. 


Sábado tem personalidade forte, única, indelével. Ora é cheio de rebeldia e vontade; ora calmo e submisso aos desejos dos caminhantes, daqueles que fazem do riso, ingrediente principal de suas vidas, de seus amores. 

Sábado tem jeito de dança, de brisa morna, de novidades antigas, de velhas descobertas. Tem cheiro de música que lateja pelos poros de corpos colantes envolvidos, envolventes. Tem momento de cuidar das plantas de terra úmida, ver o mar, sentir a história contida em livros queridos. É dia de tomar banho de chuva, abraçada ao corpo que me aquece. Que aquece a alma. É dia de sentar-se à mesa juntos para comer comidinha leve, bolo quentinho saído do forno, ou simplesmente envolver-se por olhares repletos de promessas. 

Sábado à tardinha, tem-se vontade de pegar um cinema, passear tendo como destino noite de sensações e emoções esperadas. Tem-se vontade de encontrar bocas que falam de coisas alegres, que cantam sem saber a letra, que beijam com certeza. Bocas que se embriagam pelo descompromisso. 

Dia de sábado não se cumpre horário. Invés disso estende-se roupas no varal, lava-se cabelo, pinta-se unha, possui-se alma. 
Sábado é para respirar sem cronômetro, é para andar descalça pela casa, dançar na calçada, amar sem medida, sem ter o tempo como senhor absoluto. 
Sábado é dia de agradecimento. É presente que papai do céu deu para poder voar sem amarras, e deixar entrar pelas narinas, forte e profundamente, direto à alma, os cheiros, os doces e sensações que este dia trás.



Imagem : google

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Olhos anuviados?

Sábado voando pelos ares amazônicos, cochilando de vez em quando. Pensando nos últimos dias. Dias que me trouxeram olheiras, estômago frágil e uma saudade enorme. Dias de muito trabalho e noites mal dormidas. Tenho tentado melhorar. Deus vê e me segura pela mão. Olho pela janela, as nuvens me comovem e queria estar lá, dentro de uma delas, para quem sabe dormir um pouco. Repenso como tem sido meu sono ao longo desses anos adultos.
Acho que desde os 28 anos, não durmo direito, mas tive intervalos, de sono,  ótimos. Fiz acupuntura, chazinhos e grandes e longas orações. Dormia relativamente bem. Depois começou tudo de novo, Sonhos malucos, pesadelos com assuntos de trabalho. Loucura! Vai ver por isso fiquei diabética tão cedo, e tenho grandes dificuldades de emagrecer.

Uma conversa de facebook, um encontro, um amor descoberto em meio a coincidências. Um amor entre parentes.  É  lícito tá? Voltei a dormir direito. Nos braços do meu querido. Calor? Nunca me importei. Não sinto calor.E o calor dele me vela o sono sempre.Ficar longe dele me tira o sono, o apetite. Loucura!

Continuo olhando as nuvens pela janelinha do avião, e tiro fotos, adoro fotografar. Meu coração está ansioso e cheio de vontade de ver meus amores: filhos, querido, cachorrinho e meus gatinhos. Vejo que tem várias ligações dele , mensagem. Nem sei o que pensar. Porém pensar para que? Coração pensa? Acho que não, não pensa. Retorno e ouço a voz daquele que me tem.
Um "e aí?". típico dele. A voz doce e acariciante, eu me rendo.  Como não me render? Muitos diriam, que sou submissa e que estou mudada. Parece que todo mundo sabe mais de mim, do que eu mesma sei. Todos adoram dar pitacos em assuntos que não lhe dizem respeito e que é de foro íntimo. Culpa minha mesmo, que sou boba e clara como um livro aberto. A ordem agora são mais páginas em branco e capa dura. Ele me tem mesmo, escolho ser dele como jamais fui de alguém, mesmo que isso seja tão complicado ser e ter.

Olho as nuvens novamente, e meu coração até parece leve como aquele monte de algodão à minha frente. Resultado da conversa, do tom de voz, das promessas de um encontro no outro dia. De saber dos meus bichanos, de saber dele, do meu amor. Nem sei o que e como pensar, minha cabeça é um turbilhão de idéias e meu coração apetado querendo sair pela boca de tanta ansiedade. Agora é esperar.  Eu  tenho que aprender a esperar. E somente Deus pode me ajudar nesse quesito. Somente Ele. Se tenho nuvens sobre meus olhos? Tenho certeza que não. Sei exatamente onde piso, onde quero pisar. Tenho problemas. Quem não tem? Entrego a Deus tudo o que sou incapaz de resolver, e Ele ao contrário de muitos, tem sempre tempo para me ouvir e ajudar. Espero então.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Uma Imagem / 140 caracteres - 8ª edição




Na minha estrada, meu coração
muitas vezes dói, 
eu choro, eu sorrio. 
Sei que posso ir. 
Não sei como.


Minha participação no Projeto Uma Imagem / 140 caracteres - 8ª edição do Escritos lisergicos.blogspot.com
Minha primeira vez. Espero voltar mais vezes.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Voz que me acalma, chuva que me enternece

Hoje chove muito aqui no Amazonas.Estou em Manaus a trabalho. Dias de muito trabalho e noites insones. Mas... Sempre quando chove, eu fico alegre, porque a chuva me traz grandes e boas recordações. A última há um mês. Banho de chuva com aquele que preenche meu coração com um amor enorme e quase inexplicável. Banho de chuva nas biqueiras do prédio e nas ruas do bairro. Nós dois de moto, eu agarradinha a ele, sentindo o calor dele me envolvendo. Depois café quentinho com broa de milho, beijos, carinhos e aconchegos. Chuva me faz lembrar dele. Das madrugadas, agarradinha a ele, ou do calor que eu gosto. 
Hoje na hora em que a chuva estava mais forte, ouvi a voz dele. Voz amada, que por tantas vezes sussurrou em meu ouvido tanta coisa boa, ou gargalhou junto comigo por bobagens que nós dois gostamos.
Para mim foi um presente ouvi-lo hoje. Deus sabe porquê. Obrigada Senhor!
Chuva para mim é sinônimo de eu e ele. Das nossas conversas olhando os pingos de chuva na janela do quarto. Do dele ou do meu. Do nosso deep room. É sinônimo de coisa boa que me aquece o coração e o estômago fica mais calmo. Nos últimos dias meu estômago esta uma geléia , balançando de lá pra cá. A impressão que tenho e de que estou em um barco à deriva. Parece que fui nocauteada, e somente com golpes no dito cujo, no meio, bem no meio do estômago.  Grandes socos.
Mas, hoje a chuva me acalmou. O enjoo ficou brando, a voz dele por cinco minutos foi o meu melhor e maior calmante. Mesmo distante, seca, alheia, me acalmou. O amor por ele   é forte e a vontade é grande.
Foi como tomar um chá quentinho em uma tarde fria. Fui aquecida por um timbre. Por uma saudação familiar, pela voz do meu amado, do meu querido.
Agora, é guardar em meu viver o presente que Deus me deu tão meticulosamente. E que é só meu, de mais ninguém  Meu amor sem explicações. Meu querer sem medidas. Meu perdoar sem arrependimentos.  Tudo meu.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Pelo prazer de beijos no rosto

 Meus filhos, sobrinhas, amigas , amigos, amor, irmãs , me dizem de vez em quando: você deveria escrever um livro de receitas. Tua comida é uma delícia. Hum,..Coisa boa.
Eu tenho muita vontade de fazer um curso de gastronomia, no ramo da culinária e se possível conhecer vinhos também. O dinheiro é curto e  ainda não consegui realizar este sonho. Ainda.  
Sou viciada em programas de culinária. Fã da Carla Pernambuco, protagonista  do Brasil no Prato,  programa do canal pago Bem Simples. Viajada, inteligente e super simpática, ela põe a mão na massa de verdade. Nada de luvas e frescuras. Ela mesma corta seus legumes, usa diversas ervas e apresenta um programa rico e leve. Só na manteiga que não, diria alguém que conheço. Gosto, também de Homens Gourmet, do mesmo canal. Gosto por causa do charme dos meninos, e do jeito descontraído que eles conduzem a programação.
Há uma semana assisti Anthony Bourdain, junto do meu querido.  Minha boca enchia de vontade de comer aqueles pratos que pareciam tão apetitosos. Contudo as sensações mais gostosas eram as vindas dos nossos olhares que coincidentes queriam a mesma coisa. Gostoso mesmo,  foi sentir os beijinhos do meu amor no meu rosto.

Mas, nos últimos dias não tenho vontade de cozinhar nada, nem de comer. Coisas de tristeza, eu acho. Coisas de decepção. De engano. De mentira. Tudo dói em mim. Quero minha paz restaurada. Quero meus dias de sorrisos claros e sinceros. Será que sou uma porta? Muitas vezes penso assim. Ou passei duas vezes na fila da burrice emocional? Acho que sim.
Talvez mais que duas. Tenho mania de crer demais na humanidade. E a humanidade é desumana.
Erro demais! Deus há de perdoar minhas iniquidades, meus sucessivos erros e me dar um coração cheio de renovo. Post confuso este. Comecei falando de prazer e me emaranhei por dizer da minha profunda tristeza e dor. Deus tem piedade de mim, que estou trêmula de ansiedade, triste por mim mesma e quase sufocando. Quanto a confusão do post, paciência! Eu estou meio perdida e pronto: me dou o direito de divagar. De orar em meio a assuntos gastronômicos e de chorar o tanto que eu quiser. Tudo que eu queria agora era um coracao leve e beijos bem pequenos no meu rosto, de madrugada, de manha cedo, dadas pelo homem que eu amo, o homem que Deus colocou na minha vida, e que eu ainda nao sei porque.