quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Meu coração distante

Aqui neste quarto, em vento, em pensamento. Tão longe de tudo, tudo é saudade. Até o balanço da folha de papel jogada sobre a estante é canção, até o silêncio chora de emoção em meu coração tão dolorido. O motivo é o homem amado, raiz, querido, vida que vive no hoje, futuro e passado que não existe , ele é agora, como os pássaros que de manhãzinha brincam na sacada. O tempo não pára  nem mesmo para alívio da paixão que queima em mim. Tudo é concreto , tudo o que fazemos é concreto. Como o café bem cedo ou a tardinha, como o amor que não se define. Porque amor apenas é.
Como aqui nesse quarto sem ele, na verdade sem mim mesma, parece que nem existo, sou apenas o meu amor.
Aqui neste quarto até quero sorrir, mas o som do vento me distrai, começo a pensar nos porquês, e lá me vem o tal vazio, o nada, e muitas lágrimas.  Aqui mais uma vez um-quem-me-dera, porque chorar é uma forma de oração, e eu sozinha, me vejo no que não vi. Eu agradeço a cada momento, porque saber que ele existe me certifica que eu vivo também. E a sua falta justifica o correr das horas. Agora nem sei se ainda consigo pensar com coerência. Não entendo muita coisa, me encho de perguntas, e quero ouvir a voz, ver o sorriso lindo, sentir o suor escorrendo em mim. Quero ouvir miados também, sentir cabeçadas e lambidas pequenas no meu rosto. Correria pela casa, brincadeira com bolinhas.
Meu coração precisa dele, do coração dele junto aos meus ouvidos, quando abraçados dormimos de pernas entrelaçadas. Preciso dele para continuar fazendo comidinhas, tendo prazer em comer, fazer compras de última hora. Preciso do nosso amor em horas breves, em horas longas, em madrugadas intermináveis de suspiros e beijos demorados. Preciso dele e da paz que ele me traz. E...
Eu espero, eu espero. Deus me segura a mão.




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