domingo, 27 de janeiro de 2013

Construindo

Somos nós construtores de sentimentos,
Projetamos sonhos, desenhamos momentos
É certo que calculamos medos, por vezes
Mas se arquitetarmos canteiros de obras boas
Haveremos de caminhar em pavimento concreto,
Ainda que pareça tardia a pavimentação dessa
estrutura paz,
Nosso alicerce suporta as cargas que nossos
ombros se queixam,
Basta-nos edificar a ponte da verdade e
possibilitar tráfego de sinceridade e amor
aos dois extremos
e sem perder a doçura , encarar a poeira
da terraplanagem dos nossos defeitos,
mas sem reprimir os desejos da engenharia dos sentimentos
que essa estrada é segura e se chama vida.


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Revival

Preguiça de estudar. Nunca imaginei que ia dizer esta frase um dia. Sempre fui uma aluna aplicada, estudiosa e que gostava de estudar. Gostava? Até o tempo verbal me soa estranho. Ultimamente só tenho vontade de fazer coisas para meu prazer: ler , estudar e vivenciar a Palavra de Deus, ouvir música, passear, viajar, cozinhar, cuidar das minhas coisas e dos meus amados. Mas, porém, contudo, todavia, tenho que estudar, voltar a pós graduação, caso contrário vou dançar em alguns reais. E por falar em prazer, esta é uma sensação que gosto muito. Hoje tive dois daqueles grandes prazeres : suei bastante na academia- É que coisa incrível! Senti prazer em malhar,  eu que sou uma preguicinha ambulante quando se trata de malhação- e o outro foi ouvir umas músicas da minha época adolescente. Ai, que saudade daqueles dias onde minhas maiores preocupações eram os estudos e meus livros. Não me preocupava com dinheiro, pois nunca tinha mesmo. Na maioria das vezes nem para o lanche. Comia pão com ovo no recreio, e não é comédia não. É verdade. Um tempo em que bordeline era apenas a música da Madonna, e eu me comportava like a virgin, porque eu era mesmo  e não porque sou romântica demais e tenho sonhos que por vezes parecem  tão adolescentes. Tempo em que tudo era like a prayer e eu pedia Papa don't preach  quando aprontava. Uma idade onde cantar loosing my religion era bom por causa da musicalidade, da letra boa para estudar inglês e R.E.M  era só uma banda,  nada relacionado a sono..
Estou saudosista sim. Estava escutando umas músicas das décadas de 70, 80 e 90, vindo da academia. Som alto, adrenalina lá em cima, me sentindo a própria Jennifer Beals em Flashdance. Só  falta o corpão porque o meu sorriso é mais bonito que o dela. Modéstia a parte. Naquela época, eu tinha tantos sonhos, que mais parecia uma boba. Parecia? Atenção, esta é uma piada interna! Eu sou uma boba. Por muitas vezes quero ser uma bad girl como a Ciccone, mas não consigo.  Estou mais para Karen Carpenter. Não na voz e nem na magreza, mas no jeito de amar demais, e ser toda melodiquinha que nem ela. No resto não pareço não. 
Deixando o estilo melódico dos irmãos Carpenters, fico pensando em como gosto da batida forte das músicas de Michael e lembro com saudade de quando eu queria aprender o Moon Walk, tadinha de mim,rs... Sou descordenada para passos de dança, mas eu danço mesmo assim. Aliás, não só para passos de danças: sou meio destrambelhada para muitas coisas. Vivo me machucando, rasgando as coisas que não devo, destroçando o rádio do meu carro; ainda bem que foi barato. Sou desajeitada com colheres e teflon, mas sou boa demais na cozinha. Ah, não só na cozinha, sou boa em muitas coisas. Sou, sou sim.
Bem, ou well como dizem os gringos, gosto muito de música. Antigas, contemporâneas, clássicas, MPB, e tantos outros estilos. Se fosse dizer de todas, ficaria aqui por um número-não-sei-qual de posts. Ouvir música é um prazer. e hoje eu queria muito estar no show da Marisa Monte, aqui em São Luís, but...Não deu. Paciência, fica para a próxima. E para terminar este emaranhado de idéias, este Express Myself,  um pouco da mega estrela de Bay City.

sábado, 19 de janeiro de 2013

E eu chorei...

Têm dias que "ando tão a flor da pele, que qualquer beijo de novela me faz chorar", e sou chorona mesmo. Ando preocupada com pessoas que amo, e choro por qualquer coisa mais forte, ou até mais fraca. Uma boba chorona. Choro por uma cena mais tocante em um filme, por ver um menino sujo na rua, quando leio a Bíblia, quando oro, quando amo, quando ouço música. Não qualquer música. Tem algumas que...
Ultimamente tenho ouvido muito Chico Buarque, e me impressiono cada vez mais com a sensibilidade de suas letras, com a riqueza de suas melodias, com o sarcasmo velado e com a inteligência latente com que escreve. Estava ouvindo " O meu guri"  outro dia, quando dei por mim, meus olhos estavam marejados e comecei a chorar. Música forte cheia de pureza, e da crença de uma mãe que acredita em  um futuro bom para seu rebento. Mãe que em nenhum momento renega o filho e crê que ele realmente é capaz de vencer.  A promessa de "chegar lá", feita ainda criança  não está associada ao crime, não há mácula, somente crença pueril. Retrata fielmente a vida de vários meninos e meninas deste meu Brasil varonil, que não tem oportunidade, que vivem cercados pelo preconceito e entram no mundo do crime de maneira quase natural e por fim tem suas vidas finalizadas cedo demais. É uma música de 1981, mas parece que foi criada hoje, de tão atual. Quase nada mudou. Talvez a inocência das mães, só isso, porque a realidade é assim como retrata Chico.
E por falar nele de novo, estou apaixonada. Sorrio de mim mesma. Ando apaixonada há meses, mas estou falando do Chico agora. Tem cada coisa linda escrita por este homem, que como diz minha filha : "não há como não amar".  Letras fortes, letras suaves. Letras eróticas, políticas, sensuais, amorosas, fraternais, letras que me encantam cada vez mais.  Chico Buarque de Holanda, sou sua fã! Beijo.

Pedacinhos das que mais gosto: ( coisa difícil de escolher)

"Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia.."


"Me debrucei
Sobre teu corpo e duvidei

E me arrastei e te arranhei

E me agarrei nos teus cabelos

No teu peito (Nos teus pelos)..."



"Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock, para as matinês
..."




Haja post...

sábado, 12 de janeiro de 2013

Música e sorrisos





Billie Holliday, Aretha Franklim, James Brown, Neil Armstrong,  Air Supply, Bruno Mars, Marisa Monte...Casa arrumada. Cervejas deliciosas. Comidinha pronta. Visitas chegando. Caipirosca de kiwi. War que não foi jogado. Risadas. Dia muito bom.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

De Bilac

Ouvir Estrelas

Ora ( direis ) ouvir estrelas!
Certo, perdeste o senso!
E eu vos direi, no entanto
Que, para ouví-las,
muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto

E conversamos toda a noite,
enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido tem o que dizem,
quando estão contigo? "

E eu vos direi:
"Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e e de entender estrelas
(Olavo Bilac)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Comunicar


"Para a arte de viver, é preciso saber a arte de ouvir, sorrir e ter paciência ...sempre"
(Hermann Hesse)


Comunicar com criatividade é um dom.  Digo isto, porque acredito que para comunicar criativamente precisamos saber ouvir. E saber ouvir, ai,ai... Não é todo mundo que sabe. Eu tenho exercitado essa prática através dos meus relacionamentos, e um em especial me ensina muito, muito mesmo.
Saber ouvir com atenção, interesse e objetividade é uma característica importante de pessoas criativas. Criar é um processo complicado e exige a garimpagem de informações de todas as fontes envolvidas no processo. O preconceito deve ser mantido bem distante nessa hora.
Mesmo que já tenhamos facilidade em ouvir, muitas vezes perdemos a paciência e interrompemos o interlocutor. Por vezes, só aguardamos nossa vez de falar. Ficamos elencando no nosso pensamento contra argumentos  Como vamos rebater aqueles pensamentos? Ouvir é uma habilidade, e uma das mais difíceis da comunicação. Precisamos ser efetivos, prestar atenção na pessoa que fala. Medir os significados contidos no diálogo. Nos dias de hoje, é muito difícil encontrar alguém que queira nos ouvir. Um exemplo simples, é quando vamos a uma loja que o caixa faz aquela pergunta rotineira: débito ou crédito? Por mais que digamos "no débito" ou vice versa, o atendente na maioria das vezes coloca na opção errada. Por que? Simples, ele ou ela não nos escuta, não nos ouve. Não vale aqui o profissional que é pago para escutar, e que por muitas vezes nem assim nos ouve.
Tenho me esmerado por aprender a ouvir. Tenho logrado êxito. Não quero viver em um mundo alternativo de comunidades virtuais, quero ouvir quem eu amo, quem vive ao meu redor.  O que tenho percebido na falta de interesse generalizado em ouvir o outro, é que com a comunicação virtual, criamos templates e não conseguimos mais pensar fora dali. Tornamo-nos operacionais demais.  Virtuais demais. O calor humano fica cada vez mais escasso. Os processos são mais importantes que as pessoas. Há crise de sentido, e o mundo está cada vez mais cheio de mi,mi,mi. Tudo é muito cheio de nove horas como diria minha vozinha  Madalena. Mas, paciência, tenho que viver aqui não é mesmo? Adaptações são feitas, e a resiliência é usada, por que do contrário, você se ferra.
Então, quero mais calor em meus dias, comunicação mais clara e com todo sentido que a vida pode me dar. Sinto muito pela pobreza de espirito de alguns e algumas. Pela pobreza de cultura, pelo falar idiotizado, pelas palavras mal escritas, mal  (ditas) , mal ouvidas. Sinto muito.








Imagem: google.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Sem medos

Fico pensando em como os tempos atuais são exigentes. Andamos de lá pra cá, com mil atribuições. Há exigências de atualizações constantes, as informações pululam e ficamos sem saber qual aproveitar. Há exigências estéticas ditadas pelos tabloides e pelas grandes e pequenas marcas. Há exigências das múltiplas redes sociais, onde você tem que ter uma vida paralela, para compartilhar seus passos, seus erros e sucessos. Onde expõe coisas que quase ninguém quer saber, tem amizades desconhecidas e a língua pátria é assassinada dia após dia com um linguajar chulo e pobre. 


E não para por aí. A vida de hoje, dita regras sociais  que nos impõe encontros com pessoas que nos são indiferentes, que sequer dão bom dia, e quando chegam as festas de fim de ano querem se confraternizar,  sinceramente detesto essas hipocrisias. Um dia quem sabe, tudo volte a ser mais honesto.
O dia a dia caótico das cidades, o trânsito barulhento e maluco, a falta de cordialidade, a intolerância, a falta de educação, dentre outras mazelas modernas, culminam em angústias, depressão, medos e mais intolerância.


Me pergunto: o que fazer então para acabar com meus medos, ansiedades e mais perguntas?  Minhas respostas são inúmeras e de diversas fontes, mas tem algumas que quero dizer aqui. 

-  Orar todos os dias, suplicar a Deus por misericórdia;
-  Manter a calma diante das adversidades;
-  Esperar em Deus;
-  Abraçar;
-  Beijar na boca;
-  Fazer amor todo dia;
-  Beber muita água;
-  Cuidar da saúde;


-  Cuidar das pessoas;
-  Ser educado(a);
-  Sorrir; 
-  Agradecer, e 
Amar sempre e cada vez mais.
Assim a vontade de sair correndo desaparece, e eu, você , nós, o mundo, respiraremos melhor e mais devagar, bem mais devagar. 
Hummm... Que chuva linda lá fora!





Imagens: Google.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Primeiro de Janeiro

Acordei cedo como de costume e fui ver o tempo lá fora. Pela janela do quarto já vira que a chuva caia tímida , como quem pede licença. Seis e quinze, o ônibus da mineradora na rua em frente, como todos os dias espera seus empregados. Pessoas vão e vem, a chuva continua caindo. E então um perfume chega a mim como por encanto, talvez trazido pela chuva, pelo vento. Um perfume que clama por sonhos de um futuro bom, um bem querer da paixão e do apaixonado. Refletido em sinônimo de areia de praia, de um vento amigo e uma janela que deixa a lua entrar radiante por muitos pores-de-sol.

E então a chuva tem som de encanto e de saudade. Saudade que não finda por que é boa, por que é pura poesia, como o desenho das nuvens lá fora, que teimam em segurar a chuva. A chuva, ah, a chuva. Chuva que cai da imensidão do céu, é mensagem de quem basta um olhar para reluzir sentimento e compreensão.Chuva pedida há tantos dias, com clamor de vontade de dias menos empoeirados, de clima mais ameno, como se ela fosse capaz de limpar todo e qualquer resíduo de angústia. Chuva que representa o começo de novos dias. Chuva que é nosso ícone, nossa vontade de aconchego e calor.

Então a vida tem um quê de novidade, ardendo em chamas de vontade. Vontade que chama alguém de um corpo, chama alguém de uma alma, que adormece quieta em algum lugar, vendo a chuva caindo  também, lembrando-se de pedidos sussurrado, de aceitação tácita. Alguém que espia com mansidão e grata satisfação a água escorrendo pelas vidraças. A chuva veio finalmente.  Seja bem vinda chuva linda.




Imagem : Google